sábado, 5 de janeiro de 2013

Osteria: a melhor refeição italiana de Lisboa

Porque fui mãe três vezes quase seguidas, passei os últimos anos da minha vida a comer em casa {ou quanto muito, em casa de amigos}, e a sair quase nada.
Estive tempos a fio sem visitar uma sala de cinema, um teatro ou um restaurante, este último apenas em dias de festa ou quando o rei fazia anos. E fez poucas vezes durante esse período sabático da minha existência.
Hoje em dia, já com os filhos mais crescidos e em "folga parental" aos fins-de-semana de 15 em 15 dias, tenho a oportunidade de correr Lisboa e de comer onde me apetece e onde a carteira vai deixando, claro está. E tenho ficado agradavelmente surpreendida com a quantidade de lugares que existem na minha cidade onde se come bem e a um preço apetecível.

Hoje foi um desses dias, em que dedico grande parte do meu tempo a comer. A comer devagar, sem pressas de nenhuma espécie, que o dia é meu. Um luxo recente.
Gosto de escolher um sítio a que nunca fui antes {normalmente num qualquer recanto castiço lisboeta}, e provar tudo a que tenho direito. E por lá ficar, a falar da vida, das coisas sérias e das banalidades, num dolce far niente a que todos deveriam poder aceder sem culpa.
Mas a razão porque partilho isto convosco, é a pérola italiana que encontrei na Rua das Madres, e que me proporcionou a melhor refeição "veramente" italiana de sempre.
A Osteria {que significa tasca em italiano} surpreende pela qualidade dos pratos e por mostrar a quem por lá passa, o que é uma refeição tipicamente italiana, a anos luz do fast-food italiano com que somos bombardeados por todos os lados.
A ementa não tem pizzas nem esparguete à bolonhesa, e nas mesas não encontramos toalhas aos quadrados. Avisam que o capuccino não se bebe durante as refeições e que as pastas e o risotto não são acompanhamento, mas têm dignidade de prato principal.
Os gnocchi {caseiros, como todas as massas frescas que aparecem na ementa}, só são servidos às quintas-feiras porque em Itália é tradição comê-los às quintas-feiras. E ao Domingo, come-se e bebe-se a tarde e a noite inteira, num festim para os sentidos {a avaliar pela amostra de hoje}, sem preconceitos.
Esta tasca italiana pertence a duas sócias, uma portuguesa e uma italiana paleontóloga de Turim, e é um exemplo de como as coisas simples podem ser as melhores.
 
À Chiara Ferro, com quem tive a oportunidade de trocar umas palavras no final do maravilhoso repasto, volto a  agradecer a experiência gastronómica de hoje. E a coragem de arriscar fazer diferente.
Voltarei {a uma quinta-feira, de preferência!}, porque ficaram muitas iguarias por experimentar.
E porque as coisas boas da vida são para serem vividas, ou nada faz sentido.

Osteria
Rua das Madres, 52-54
Santos - o- Velho
Lisboa


MM
 

 
 

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